domingo, 28 de novembro de 2010

Where is my heart?

Os tons pastéis desse quarto nunca foram tão opacos como neste momento. Por um instante me perdi em meio à tanta falta de vida. Minha cabeça latejava e os xingamentos aleatórios vinham sem eu ao menos notar. Por um instante, desejei que seus braços me envolvessem da forma que só você sabe. Tirando daquele lugar todo silêncio agourento mesmo que você não proferisse uma palavra sequer. Naquele momento não desejava seus beijos, ou suas carícias. Queria apenas a sua presença que me reconfortava de uma maneira singular e que finalmente eu pudesse, calmamente, cair em um sono sem sonhos. Talvez isso não faça sentido para  ninguém mais, a não ser você e eu.
Mas não faz muita diferença agora já que você estar longe o suficiente para não sentir minha necessidade  muda de afeto. Sei que é tarde, mas não suficiente pro cansaço me vencer, ignoro um livro na cabeceira e pego meu modo de escape colocando em qualquer música possivelmente melosa que enche os meus ouvidos e entorpece meu cérebro densamente. 
Talvez eu tenha adormecido em meio à espera, mas você estava lá. Cauteloso talvez para não me acordar, mas mesmo assim ainda estava lá. Zonza pelo sono e com a voz embolada te chamei e você veio. É, você veio. 


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