sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada “dois em um”: duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém” 

John Lennon 

# Curta!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Se é destino, esperança!

É que a gente ficou se olhando esse tempo antes de alguma coisa acontecer, dias intermináveis, algumas horas palpitantes, vendo pela fresta e voltando a se esconder, sabendo que ali haviam possibilidades, que dali podia surgir qualquer coisa, uma amizade de anos, contatos futuros, ou amor atrasado, nunca vindo ou aceito, e que nessas olhadelas, se manifestava. Via tua beleza aberta, exposta, enquanto você sonhava em visualizar o que eu secretava, escondia. Não, nunca fui assim de fácil contato, de tudo à mostra, e circustância. Aqui, tudo tem de ser meio que conquistado, o gosto se agrega no merecimento, se funde naquilo que eu possa acreditar e transver, entende? O primeiro contato foi sim, meu, mas porque de tanto você me olhar, eu não entendia. Nada em comum, um gosto, uma música, um amigo sequer e tanta visualização, uma intuição exata de que ali, podiam duas almas cansadas se encontrar - se recostar...Descansar, quem sabe.
Tudo foi se tornando real com uma velocidade que eu não sabia controlar, e suas surpresas aceleravam aindo mais todo esse processo - à cem por hora o meu coração, à dez, a razão (diminuição mais que justificada). Não tive controle, e você foi conquistando espaço, também alguns pedaços bonitos e que ainda nem eu sabia que existir aqui por dentro. Você sabe bem, eu sei também, e nem preciso dizer - digito agora todo esse monólogo porque preciso falar, e infelizmente, você não pode ouvir. Por enquanto, não. Talvez nunca. Hoje, ou sempre. Um dia, um dia! Quando tocados, nossa realidade fica bonita, dá esperança em viver. E em cada obstáculo, diminui, dando força apenas para a fé, que nessas horas, se chama remédio ou cura; uma luz. Tão bonito quando as mãos se entrelaçam, e de leve a sua saí, e se acomoda de novo, voltando a encaixar perfeitamento nos meus dedos longos e grandes, entre as minhas unhas laranjas, ou vermelhas. Não sei também em que imensidão vou me perder, com a força dos meus dez dedos, sem as tuas costas aqui. A massagem não é a mesma, nem os elogios e o rosto de relaxamento que com ela, vinham de brinde. A ponta das minhas unhas, farão que trajeto, qual o roteiro, sem o teu braço pra arrepiar os pêlos, de leve e sutil? Desoladas, ficam, pensando em todas as possibilidades. E nuas em cor, latejantes em brilho, tão pálidas parecem...O abatimento batento à porta, desse corpo em que a mente insiste governar sofrendo por antecipação. Estar ciente que não vai mais ter aula de culinária, ou forró, filmes infantis que nos levem ao cinema, mordidas no pescoço, desespera um pouco. Você longe dessa cidade, caotiza tudo ainda mais. Sim, você, querido.
Olha, eu disse já tantas coisas, e fiquei um pouco em cima de você. Foi tudo inevitável, desde a paixão, até o primeito ato, a parte em que eu era uma exclamação, e você, a dúvida. Tantos dias sem se ver deveria vir com um anúncio de proibição, de código na lei, porque saudade também mata - de tanto que sufoca. E sabendo dos percalsos, desse muro estruturado o qual o senhor construíu ao longo desses anos de companhia solitária, o medo de gostar tanto e ter de abandonar sem opções amanhã, vou em frente. Sedenta por desafios que sempre fui, não é agora que abandono o barco. Equipada, com proteção, sigo porque voltar machucaria ainda mais. Dois santinhos no bolso, um pequeno terço nas mãos, e uma fé enorme - em mim, em você, em tudo isso. Nada é tão ocasional assim, e nisso tudo, a esperança é sempre a minha melhor amiga. Sempre, sempre.

Caio F. Abreu

"E essa falta cresce à cada dia, de forma avassaladora, quando enfim penso que estou me acostumando, que estou te esquecendo, você ressurge de forma inesperada ocupando todos os espaços, transbordando de dentro de mim... E é nessa inconstante loucura que vivo sem te ter."


Caio F. Abreu

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

To next to you


I see you in the morning and I say good morning.
It looks like you can stay all day but when i'm so far.
It looks like your a star, I look at the sky every day.
I think about the things that you did for me but it looks like I'm so far away.
I'm here and your there. I'm going to get there.
I'm going there, so wait for me because I'm going there.
To next to you ...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Quando me amei de verdade ...

"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é... Saber viver! "

Charles Chaplin

sábado, 2 de outubro de 2010

Desabafo existencial

No primeiro sinal, das mãos suadas e em estado choque, um puro medo disfarçado em expectativa. Ele esteve presente durante o tempo em que sorrimos, nos conhecemos aos poucos e devagar, e íamos nos encantando, eu sabia disso. Apenas me envolvi junto com você o impulso que é viver em delírio e felicidade, camuflando todo esse susto. E ele começou a dominar. A situação, a mente, você inteiro e consequentemente, eu. Sempre temendo agir e mais que isso, sentir. Corria do humor instável, dos imprevistos e de tudo o que me confundia a cabeça. E ele infiltrou as ligações inesperadas, as mensagens, os apelidos carinhosos... Que depois de um tempo então, sumiram. É, foram desaparecendo, gradativamente, e o teu afastamento como consequência.
Tentei curar essa crise com mais afeto, tirei uma paciência que não me é comum, não sei de onde e fui até onde nem eu imaginava. Sem notar que, a fobia aumentava a cada olhar mais longo e singelo, a cada surpresa falhada em que eu tentava salvar tudo, ser superior e ignorar o pavor e pesadelo em que tudo se transformava, o sonho lindo que um dia surgiu e foi se esvaindo. Fui adormecendo e por mais devagar que fosse, no final era só penumbra, assombramento. Palpitações, enjôo, olhar trêmulo e um não saber que me consumiu, que me enlouqueceu. Preciso de claridade, gosto de saber onde piso, da firmeza do caminho.
A possibilidade de segurança que eu transmitia não condizia ao teu espírito livre, à tua facilidade em chegar e abandonar castelos já construídos, possibilidades pré-moldadas. Tão opostos, que insistimos até o limite estourar. Melhor dizendo, insistimos. Quebrei barreiras por mim impostas, cortei laços por mim feitos. Enquanto assistia ao longe a tua partida e o meu rastejamento, a minha vontade de voltar pro final feliz, pro reino encantado e te levar junto, quebrei a cara - desconstruí o coração. Descobrindo apenas mais tarde que o medo, aquele que fazia as mãos suarem, já tinha tomado conta e não volta a ser o paraíso e a paz de outros dias. Que algum dia pelo menos desperte você dessa impossibilidade toda e perceba que pensar não é escolha, nem caminho. É martírio. Que sentimento não explica lógica, e amor, loteria. E como é princípio meu, que o interessado dá um jeito. Pra tudo, por todos. E que não seja tarde demais, pra que pelo menos você me alcance e escute o que sempre te falei, mais uma vez, olhando nos olhos.

# fuck you!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Imprevisibilidade marcada

Com os pés fora de uma cartomante, a vida parece assim tão mais simples e bela; possível. Previsão de você no meu caminho quase que pra sempre, e outras pessoas que serão insignificantes e transparentes, frente ao que a gente encontra um no outro. Por mais que exista alguém como eu, que destrua por aí corações e não valha nem mesmo o que come, no momento na minha vida. Ou um futuro zé-ninguém, apaixonado por mim desde que nasceu. E ainda assim, você brilha. Naquela difusão entre o que vai embora pra não mais voltar, e o que fica pra eternizar, você fica. Daí me bate aquela saudade sabe, que ontem eu troquei por raiva, e quase chorei. Mas tudo bem, porque eu entendo, e se não compreendo, assim me engano.
Eu queria o teu sorriso nos meu olhos e as amenidades que saem das nossas bocas, pra tapar qualquer ausência que envenenou a doçura dos nossos ideais. Porque já faz algum tempo, e desculpa, eu não aguento mais. Te ver é o momento preciso onde eu sempre volto, depois de festas, e noites, e gentes, alguns livros e nada muda. Nem a minha mente, tão pouco o meu cabelo. Quem sabe, o seu sorriso. E só. Somos dois diferentes idênticos, atraídos justamente pelo desconhecido, pelo que a gente não é. Pela troca altamente benéfica que operamos, um ao outro. Há alguma loucura insana, por trás disso tudo. Só pode ser.
Não distinguindo o que me fez assim voltar, burra, louca ou indecisa, aos comentários alheios. Por mais que eu finja querer que você saia do meu caminho, relutante e sem volta, não disfarço a felicidade em ver a sua teimosia para ficar. Piso na bola e depois é a sua vez. Me desculpa, para em seguida você me surpreender como é habitual. Reforçar que isso é forte e não tem fim, alivia e enlouquece. Pensar no futuro confunde e anseia. Eu preciso da pessoa que sou quando fico ao teu lado e consigo ser livremente irônica e assim esquecer com mais liberdade ainda todo discurso mal-feito de possibilidades, ensaiado no banho. E não canso de escutar que você é bom, que faz bem e quer se centrar no mundo, se encontrar na vida.
Angústia não poder ajudar, metida que sou. Mas me viro aqui e você daí, e com paciência, todos dizem que vamos longe. Porque eu não vou encontrar alguém como você. Com as maiores diferenças que eu preciso no meu dia-a-dia, na minha pauta vivenciada, entre os meus cadernos e livros. E é difícil de você achar por aí quem não goste de quase nada do que você gosta, e ainda assim, te deixa um presente na portaria do prédio, que é pra não esquecer tão cedo. Pode ser que me enganem e hoje a fé esteja me tomando as rédeas do corpo e da vida, mas acredito até o último minuto. Sabe porque? Porque a gente se gosta, se dá bem e mesmo que brigue e discuta, fale o que não devia e diga até nunca mais, sabemos que não terminou aí. Que esse nunca mais, na verdade, é um até logo. Uma deixa no caminho, que o outro pega com as mãos, apenas para correr atrás - enquanto é tempo. E pra nós, o tempo nem mesmo existe. É  praticamente infinito. Foi trocado pela intensidade, que instáveis que somos, é assim que funciona melhor.


Owl City - Vanilla twilight



" I'll watch the night turn light blue,  
But it's not the same without you, 
Because it takes two to whisper quietly, 
The silence isn't so bad,  
Till I look at my hands and feel sad,  
Cause the spaces between my fingers  
Are right where yours fit perfectly."


# Smile