
Tudo foi se tornando real com uma velocidade que eu não sabia controlar, e suas surpresas aceleravam aindo mais todo esse processo - à cem por hora o meu coração, à dez, a razão (diminuição mais que justificada). Não tive controle, e você foi conquistando espaço, também alguns pedaços bonitos e que ainda nem eu sabia que existir aqui por dentro. Você sabe bem, eu sei também, e nem preciso dizer - digito agora todo esse monólogo porque preciso falar, e infelizmente, você não pode ouvir. Por enquanto, não. Talvez nunca. Hoje, ou sempre. Um dia, um dia! Quando tocados, nossa realidade fica bonita, dá esperança em viver. E em cada obstáculo, diminui, dando força apenas para a fé, que nessas horas, se chama remédio ou cura; uma luz. Tão bonito quando as mãos se entrelaçam, e de leve a sua saí, e se acomoda de novo, voltando a encaixar perfeitamento nos meus dedos longos e grandes, entre as minhas unhas laranjas, ou vermelhas. Não sei também em que imensidão vou me perder, com a força dos meus dez dedos, sem as tuas costas aqui. A massagem não é a mesma, nem os elogios e o rosto de relaxamento que com ela, vinham de brinde. A ponta das minhas unhas, farão que trajeto, qual o roteiro, sem o teu braço pra arrepiar os pêlos, de leve e sutil? Desoladas, ficam, pensando em todas as possibilidades. E nuas em cor, latejantes em brilho, tão pálidas parecem...O abatimento batento à porta, desse corpo em que a mente insiste governar sofrendo por antecipação. Estar ciente que não vai mais ter aula de culinária, ou forró, filmes infantis que nos levem ao cinema, mordidas no pescoço, desespera um pouco. Você longe dessa cidade, caotiza tudo ainda mais. Sim, você, querido.
Olha, eu disse já tantas coisas, e fiquei um pouco em cima de você. Foi tudo inevitável, desde a paixão, até o primeito ato, a parte em que eu era uma exclamação, e você, a dúvida. Tantos dias sem se ver deveria vir com um anúncio de proibição, de código na lei, porque saudade também mata - de tanto que sufoca. E sabendo dos percalsos, desse muro estruturado o qual o senhor construíu ao longo desses anos de companhia solitária, o medo de gostar tanto e ter de abandonar sem opções amanhã, vou em frente. Sedenta por desafios que sempre fui, não é agora que abandono o barco. Equipada, com proteção, sigo porque voltar machucaria ainda mais. Dois santinhos no bolso, um pequeno terço nas mãos, e uma fé enorme - em mim, em você, em tudo isso. Nada é tão ocasional assim, e nisso tudo, a esperança é sempre a minha melhor amiga. Sempre, sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário