Olhar  por dois segundos, e desviar o rosto. Fazer algum contato  corpo-a-corpo, imediato. Puramente físico. Sorrir até cansar o canto da  boca; dentes à mostra, lábios imersos em algum gloss ou batom realçador
  (e durável). Fazer mistério, e ainda assim, ser simpática. Voz dengosa.  Cabelos perfeitamente lisos, calças jeans da sorte, e o casaco preto que  realça. Ainda assim, minha sedução premeditada e ao vivo se resume em  zero por cento. Travar frente aos pulos automáticos do meu coração  enorme, é comigo mesma. Seduzir o alvo certeiro, como se faz? Preciso,  inegavelmente aprender. Ou não.
 Auto-confiança, dizem ser essencial.O  amor que tenho por mim mesma chega a ser chato e cansativo, e já começo  jogando errado: tenho que perguntar sobre o outro, e não falar de mim  mesma. Parar de analisar todo e qualquer movimento do lado contrário, e  cuidar minimamente, os passos meus. É tanto love myself, que procuro  alguém perfeito. E sabendo que não existe, vou aceitando as tentativas  no caminho, os trocos que me são dados. Maquiagem, às vezes. Brincos e jóias, sempre. O defeito  então, aí não está. Deve estar na minha burrice para crer que, posso ser  atraente, caso assim me sinta (tarefa difícil quando já se foi  tenebrosa algum dia).
Auto-confiança, dizem ser essencial.O  amor que tenho por mim mesma chega a ser chato e cansativo, e já começo  jogando errado: tenho que perguntar sobre o outro, e não falar de mim  mesma. Parar de analisar todo e qualquer movimento do lado contrário, e  cuidar minimamente, os passos meus. É tanto love myself, que procuro  alguém perfeito. E sabendo que não existe, vou aceitando as tentativas  no caminho, os trocos que me são dados. Maquiagem, às vezes. Brincos e jóias, sempre. O defeito  então, aí não está. Deve estar na minha burrice para crer que, posso ser  atraente, caso assim me sinta (tarefa difícil quando já se foi  tenebrosa algum dia).Misteriosa, sou apenas de início. Se me derem corda, desando a falar, falar, e falar. Se pílulas falantes existissem, certamente eu seria uma  compulsiva. Faço enigma sobre algumas coisas, e noutras, me aprofundo  com firmeza precisa. Sou mais curiosa do que gero curiosidade. E não sei  até que ponto isso me favorece.
Algumas vezes, abuso da sensualidade; noutras, viro quase uma freira.  Gosto de moda, e tento usar o que me favorece. Porém, experimente ter um  corpo bem brasileiro ou melhor, "sinuoso" e vamos ver se você consegue  passar longe da vulgaridade. É uma tarefa difícil. Sina também é isso.
Minha voz é alta, e nasal. O contrário do que é considerado "atrativo".  Não sei falar calma e pausadamente, e muito menos, baixo. Se não  conheço, não minto. Não finjo amar nada do que não gosto, e faço questão  em mostrar que sou diferente. Não toco quem mal conheço. Detesto que  façam o mesmo comigo e associo tal atitude um pouco como falta de  respeito. E me jogar em cima de alguém, não está realmente, entre as  minhas projeções. Existe sim, uma diferença entre seduzir e se jogar.  Na segunda opção, você pode terminar atropelada - e as suas chances,  completamente no chão. Jogos de amor não me apetecem. Ligar, e sumir  dois dias. Rejeitar convites, e convidar pra jantar. Captar, e depois,  ser pega. Não dá pra ser tudo mais simples, tudo mais leve, algo mais  sincero? Na contramão, atraio quem não desejo. Talvez por não acatar às  músicas que se misturam ao álcool e não sorrir com falsidade, insegura  por dentro. Deixo de seduzir quem realmente quero, porque ser  enfeitiçada é benéfico à alma também. E assim acato ao que me aparece no  caminho. Com muito desapego porque nada me brilha, nem me faz caçar o  tesouro mais à fundo.
Por enquanto, na beirinha das ondas, deixando que molhe os pés vez que  outra. Quando mergulhar, que seja para ir ao fundo, e redescobrir todo  um oceano. Com muito olhar desmedido e fascinação recíproca; porque  submergir em companhia pode ser ainda melhor, e se descobrir no outro  desvendando também o véu do outro lado é o que nos salva da  promiscuidade desse mundo atual. 
 
 
 
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