sexta-feira, 25 de março de 2011

"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"

Eu sei como é ...

Eu sei como é se segurar e deixar para chorar só quando ligar o chuveiro, assim ninguém percebe. Eu sei como é refletir sobre a vida antes de dormir e se certificar de que ninguém está ouvindo para começar a soluçar. Eu sei como é sofrer tão dolorosamente que as vezes você precisa fingir que vai ao banheiro, ou beber água, apenas para lavar o rosto e se recompor. Eu sei como é ter os olhos úmidos e aquele medo de que não seja forte o suficiente para segurar as lágrimas quando está em público. Eu sei como é sentir aquele nó enorme na garganta, que te sufoca, até que você cede e chora. Eu sei como é sentar na cama, pegar o travesseiro e chorar tanto, mas tanto, que se surpreende com o rio que terá que esconder da sua família. Acredite, eu sei como é tudo isso.

terça-feira, 8 de março de 2011

Agora...

Sonhe comigo até tornarmos, então, realidade. Sem mais sorrisos forçados, sem mais palavras pensadas, sem mais choros contidos, sem mais eu e você para sempre. Vamos esquecer o passado e não pensar no futuro, só temos que viver e apreciar o presente. Sendo assim, sem esforços, faremos dele melhor do que já é hoje. Parabéns, você conseguiu. Tem meu coração, e dessa vez é por completo. Só me promete uma coisa? Não o destrua de novo. A primeira vez foi suficiente para que eu me questionasse se valeu à pena. Mas agora, eu não tenho mais dúvidas, eu faria tudo sem pensar em arrependimentos porque eu sou um maluco, obcecado e apaixonado por você.

segunda-feira, 7 de março de 2011

here is nothing to talk or feel.


Teoricamente é outono. Teoricamente não se deve se chatear com a ausência, ou ao menos ligar pro desconhecido. Mas nada teórico se aplica realmente a realidade, certo? 
Já me disseram que aquilo que você não sabe dizer o que é, não existe. E me disseram também que isso é uma bela mentira, e eu não vou discordar.
O problema é que, as vezes, sem estarmos preparados, algo se mexe dentro de você. Algo viscoso, que se contorce e que te sufoca até você não conseguir sentir mais nada, você apenas se concentra nesse incomodo que se transporta por todo seu corpo. É como um desconforto sem fim e que ninguém sabe como veio ou o seu fim. Tenho a leve impressão que isso se chama pressentimento, ou quem sabe a perda. Não faz muita diferença porque seja lá o que for tem um gosto de fel e  tira o oxigenio. 
Odeio me sentir assim. Odeio esse feto de amargura e desconforto em meu âmago.
Odeio mais ainda não encontrar as palavras certas pra esse indefinido. Ou melhor as palavras certas para o indescritível.