"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"
sexta-feira, 25 de março de 2011
Eu sei como é ...
Eu sei como é se segurar e deixar para chorar só quando ligar o chuveiro, assim ninguém percebe. Eu sei como é refletir sobre a vida antes de dormir e se certificar de que ninguém está ouvindo para começar a soluçar. Eu sei como é sofrer tão dolorosamente que as vezes você precisa fingir que vai ao banheiro, ou beber água, apenas para lavar o rosto e se recompor. Eu sei como é ter os olhos úmidos e aquele medo de que não seja forte o suficiente para segurar as lágrimas quando está em público. Eu sei como é sentir aquele nó enorme na garganta, que te sufoca, até que você cede e chora. Eu sei como é sentar na cama, pegar o travesseiro e chorar tanto, mas tanto, que se surpreende com o rio que terá que esconder da sua família. Acredite, eu sei como é tudo isso.
quarta-feira, 9 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
Agora...
Sonhe comigo até tornarmos, então, realidade. Sem mais sorrisos forçados, sem mais palavras pensadas, sem mais choros contidos, sem mais eu e você para sempre. Vamos esquecer o passado e não pensar no futuro, só temos que viver e apreciar o presente. Sendo assim, sem esforços, faremos dele melhor do que já é hoje. Parabéns, você conseguiu. Tem meu coração, e dessa vez é por completo. Só me promete uma coisa? Não o destrua de novo. A primeira vez foi suficiente para que eu me questionasse se valeu à pena. Mas agora, eu não tenho mais dúvidas, eu faria tudo sem pensar em arrependimentos porque eu sou um maluco, obcecado e apaixonado por você.
segunda-feira, 7 de março de 2011
here is nothing to talk or feel.
Teoricamente é outono. Teoricamente não se deve se chatear com a ausência, ou ao menos ligar pro desconhecido. Mas nada teórico se aplica realmente a realidade, certo?
Já me disseram que aquilo que você não sabe dizer o que é, não existe. E me disseram também que isso é uma bela mentira, e eu não vou discordar.
O problema é que, as vezes, sem estarmos preparados, algo se mexe dentro de você. Algo viscoso, que se contorce e que te sufoca até você não conseguir sentir mais nada, você apenas se concentra nesse incomodo que se transporta por todo seu corpo. É como um desconforto sem fim e que ninguém sabe como veio ou o seu fim. Tenho a leve impressão que isso se chama pressentimento, ou quem sabe a perda. Não faz muita diferença porque seja lá o que for tem um gosto de fel e tira o oxigenio.
Odeio me sentir assim. Odeio esse feto de amargura e desconforto em meu âmago.
Odeio mais ainda não encontrar as palavras certas pra esse indefinido. Ou melhor as palavras certas para o indescritível.
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